quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Anexo um "Texto Esquerdopata do PSOL" defendendo Nicolás Maduro e vai à Venezuela acompanhar eleição presidencial

PSOL apóia Nicolás Maduro e vai à Venezuela acompanhar eleição presidencial



Vitória apertada, mas vitória

 

Foto: Joka Madruga/Site Terra Livre
Gilberto Maringoni, direto de Caracas

Os próximos dias e semanas serão um duro teste para o presidente Nicolás Maduro. Terá de enfrentar uma direita interessada em desestabilizá-lo e um cerco midiático avassalador. A situação obrigará também a uma reflexão e redefinição dos rumos e ritmos da ação governamental.

Um
O resultado: 50,66% para Nicolas Maduro e 49,07% para Henrique Capriles. Em números absolutos, 7.505.338 contra 7.270.403 de votos, diferencia de 234.935 sufrágios. Mínima, mas real.

Democracia é assim, quem tem mais votos leva, mesmo que seja 50% mais um.

Numa ditadura, isso não é possível. Ditaduras prescindem do outro lado e da oposição. Maduro venceu apertado, mas venceu. Na ponta do lápis, a questão está resolvida: o chavismo continua sem Chávez.

Mas o resultado tem de ser examinado além das planilhas.

Dois
O governo não estava preparado para essa diferença. Possivelmente Capriles – que cogitou não concorrer, logo após a morte de Chávez – também não.

Os chavistas avaliaram que dariam uma lavada na oposição, repetindo ou aumentando a diferença de 12% (56 a 44%) das eleições de outubro, quando Capriles enfrentou Chávez em sua última disputa.

Agora, o governo contava com o clima emocional disseminado no país, após a morte do Comandante, e os inegáveis avanços sociais de seu governo.

Pesavam contra a situação a persistência da inflação, da violência e a burocracia estatal a prejudicar o desenvolvimento dos serviços públicos. Não são problemas criados pelo chavismo, mas que continuaram nos últimos anos.

Três
Havia certa tensão no ar nos jardins do palácio de Miraflores na noite quente deste domingo, em Caracas. As ruas estavam desertas e praticamente não havia bares ou restaurantes abertos. Cerca de duas mil pessoas aglomeraram-se ä espera do resultado oficial do Conselho Nacional Eleitoral, que seria projetado em um telão.

Eram quase 23h quando o órgão, anunciou a totalização.

O clima foi de espanto geral. A expectativa de um passeio não se concretizara.

Cinco minutos depois, um locutor anuncia a presença de Maduro.

Quatro
Maduro estava visivelmente na defensiva. Em 43 minutos, reafirmou varias marcas da campanha, denunciou planos desestabilizadores, exaltou Chávez, a Constituição e justificou o resultado eleitoral, citando a vitória de George W. Bush, em 2000. Lembrou que naquele processo – turvado por somas contraditórias em varias regiões da Flórida.- a diferencia fora também mínima. Chamou os presentes a cantar o hino nacional, voltou a denunciar a desestabilização, falou do socialismo, da democracia “protagônica”, alertou a oposição de que não deveria contestar a voz das urnas e tornou a falar de Chávez.
Não parecia haver roteiro prévio.

Cinco
Cotejando o resultado final com as pesquisas de dez dias atrás – as últimas que puderam ser divulgadas -, pode-se constatar que o candidato situacionista viu uma margem de até 12% de diferencia apertar-se para 1%. Ou seja, Maduro estaria em queda e Capriles em ascensão. A derrota era um risco real para o governo, não considerada como hipótese séria em alguns de seus círculos.

Seis
Henrique Capriles faz o que qualquer candidato em sua situação faria: esperneia. Pede recontagem dos votos e diz não reconhecer o resultado. Ficou por vários minutos na televisão, em coletiva com a equipe de campanha, a dizer que “o grande derrotado foi Maduro”, numa evidente forcação de barra.

Se Maduro não sair da defensiva, a argumentação de Capriles pode prosperar. A imprensa – venezuelana e internacional – aumentará o cerco, buscando deslegitimar o mandato do novo presidente. Não lhe dará folego algum.

Sete
As falas de Maduro na campanha – corretamente – se apoiaram no legado de Chávez e na história de seus mandatos, com especial destaque para o golpe de 2002. É importante, mas o presidente pouco comenta do futuro, dos planos, dos projetos. Tem seu farol apontado para trás, o que pode dificultar a criação de uma imagem própria para a população.

Oito
Em abril de 2002, três semanas após o golpe, vim pela primeira vez a Venezuela. No hotel em que me hospedei, perguntei a uma camareira como estava o país. Ela respondeu: “Quiseram quitar Chávez, pero no conseguiram. Chávez és nuestro y por iso no lo quierem”. A frase me espantou pela síntese. Os pobres queriam seu líder.

Corte. Onze anos depois, chego ao hotel onde estou hospedado na capital venezuelana. Pergunto ao rapaz que leva minha bagagem até o quarto em quem ele votaria. “Em Capriles, claro! Hay que cambiar”.

Entre os mais de sete milhões de votantes em Capriles, a maioria seguramente é constituída por pobres.

Olhando as planilhas de outubro passado, uma conclusão inicial pode ser feita, lembrando que Chávez teve 8.191.132 votos e Capriles 6.591.304.

Em seis meses, a oposição ganhou cerca de 680 mil votos, enquanto o governo perdeu ao redor de 700 mil. Pode ter havido uma migração de um lado para o outro.
Saber onde e porque isso aconteceu é vital para a continuidade e estabilização do governo Maduro.

Nove
Os próximos dias e semanas serão um duro teste para o presidente Nicolás Maduro. Terá de enfrentar uma direita interessada em desestabilizá-lo e um cerco midiático avassalador. A situação obrigará também a uma reflexão e redefinição dos rumos e ritmos da ação governamental.

Por fim, há algo não pode ser colocado em xeque: Maduro ganhou. Leva.

Democracia, como já dito, é assim.

PSOL apóia Nicolás Maduro e vai à Venezuela acompanhar eleição presidencial

 
 

Foto: AP
Partido lançou nota em que declara solidariedade ao povo venezuelano e apoio à candidatura de Maduro, por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana 
 
O presidente nacional do PSOL, deputado Ivan Valente, viaja na manhã desta sexta-feira (12) para Venezuela, onde vai acompanhar a eleição presidencial, que ocorrerá no próximo domingo, 14 de abril. Também já está em Caracas o jornalista e militante do PSOL Gilberto Maringoni, que foi acompanhar o processo pela Fundação Lauro Campos. Maringoni é um dos colaboradores do livro que a Fundação está elaborando sobre os governos progressistas da América Latina, incluindo a Venezuela, com sua experiência da Revolução Bolivariana, implementada por Hugo Chávez, falecido em 5 de março deste ano.
 
Em nota, o PSOL declara solidariedade ao povo venezuelano e apoio à candidatura de Nicolás Maduro, por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana. Segundo o texto, o PSOL já havia manifestado sua solidariedade ao povo venezuelano, em duas oportunidades recentes: na eleição presidencial de 2012, em apoio político à candidatura de Hugo Chávez, e mais recentemente, em clima de profunda tristeza, manifestou seu pesar pelo falecimento do ex-presidente, “tão significativa personalidade na luta antimperialista latino-americana”. “Por coerência não poderíamos nos furtar a assumir posição diante das próximas eleições, previstas para 14 de abril, declarando nosso apoio  à candidatura de Nicolás Maduro, por expressar a continuidade dos valores da Revolução Socialista Bolivariana”, afirma o PSOL, ao final de sua nota.
 
Reta final da campanha 
Nessa última semana de campanha eleitoral, o presidente e candidato a reeleição Nicolás Maduro tem percorrido diversos estados no interior do país, seguindo um ritmo frenético de, pelo menos, três por dia, deixando para hoje (11) o grande encerramento na capital, Caracas. Segundo matéria publicada no site do jornal Brasil de Fato, ontem ele aproveitou os atos para anunciar investimentos e prestar contas do governo. Nas atividades de campanha, tem arrastado multidões na mesma forma que seu predecessor, o ex-presidente Hugo Chávez, falecido no último dia 5 de março.
 
Ontem (10), no Estado Trujillo, anunciou a construção de um aqueduto, de um hospital oncológico e investimentos na agricultura. Também fez campanha pela tarde no Estado Falcón e pela noite, em Barquesimiento, capital do Estado Lara, fez duras críticas aos meios de comunicação privados do seu país. Na manhã desta quinta-feira (11) esteve no Estado Zúlia, de onde realizará seu grande ato de campanha na capital.
 
“Com o acirramento da campanha, o candidato do chavismo tem pedido para que seus militantes não entrem em provocação e nem no triunfalismo, demonstrando preocupação com a mobilização do próximo domingo, dia das eleições presidenciais”, afirma o texto.
 

 
Fonte: Do site do PSOL Nacional, Leonor Costa


Organizações de esquerda promovem no dia 5 de abril ato em apoio à eleição de Maduro como presidente da Venezuela


 
“Brasil com Chávez está com Maduro” é o nome da campanha, que está sendo promovida em todo o país 
 
Na próxima sexta-feira, 5 de abril, militantes de várias organizações de esquerda promoverão uma grande campanha em apoio à eleição de Nicolás Maduro à presidência da Venezuela. A campanha, intitulada “Brasil com Chávez está com Maduro”, já está “nas ruas”, mas seu auge será na sexta-feira, quando os comitês em defesa de Maduro e da Revolução Bolivariana realizarão manifestações em todo o país. Em São Paulo, a atividade será às 19h, no Sindicato dos Engenheiros de SP (Rua Genebra, 25 - São Paulo). Segundo os organizadores, o ato será também em homenagem ao presidente Hugo Chávez, falecido no dia 5 de março, em Caracas.

Em outubro de 2012 os partidos progressistas, movimentos sociais, ativistas e intelectuais brasileiros se uniram para manifestar apoio à candidatura do presidente venezuelano Hugo Chávez. Foi criada, na época, a campanha Brasil com Chávez. “Com a morte dele, uma nova eleição foi convocada para 14 de abril e esta articulação das forças progressistas no Brasil faz-se novamente necessária”, afirmam os organizadores. A vitória de Maduro significa a continuidade das políticas e das transformações iniciadas em 1999, com a posse de Hugo Chávez.
 
“No lançamento da primeira campanha, dissemos: ‘Se venezuelanos fôssemos, votaríamos em Hugo Chávez’. Agora, diremos: ‘se venezuelanos fôssemos, votaríamos em Nicolás Maduro’”, afirma a convocatória do ato.
 
Acompanhe aqui mais notícias no blog da Campanha “Brasil com Chávez está com Maduro”. E curta a página da campanha no facebook:https://www.facebook.com/brasilcomchavezestacommaduro.
 
Fonte: Portal do PSOL Nacional - Leonor Costa

Leia mais sobre a Venezuela nos links abaixo.

Nota da presidência do PSOL e da secretaria de Relações Internacionais sobre morte do presidente Hugo Chávez


http://psol50.org.br/site/paginas/42/psol-com-chavez-e-maduro

Nenhum comentário:

Postar um comentário